A Educação é o futuro de um País. Estas palavras não são um lugar comum; são uma realidade indesmentível. E, por educação, entenda-se a formação integral de cidadãos competentes e humanizados; não apenas “crânios”, que facilmente podem degenerar em tecnicistas/cientistas de primeira linha, mas sem coração nem inteligência social. Parabéns à ciência e à tecnologia! Viva a ciência e a tecnologia!… Mas ao serviço do ser humano integral, equilibrado pessoalmente e socialmente harmonioso. Essa é a missão da Educação, que não se esgota na escolarização!
Vai começar um novo ano letivo. Segundo diz o senhor ministro da Educação, sem problemas, na maior das normalidades. Pura mentira, já que, como nunca, ainda estamos nesta fase com muitas indecisões sobre turmas, recursos humanos, reconhecimento da realidade das pessoas que são os nossos alunos, sobretudo os que têm limitações, recursos físicos e financeiros… O serviço público de educação, seja de iniciativa estatal, seja de iniciativa particular e cooperativa, vive a cada momento a expectativa de mais um e-mail, uma circular…, que venham obrigar a refazer o trabalho já mil vezes feito, que venham apertar um fato já muito semelhante a um colete de forças. Com tudo isto, o que se anunciou para dezembro concluiu-se em maio. E podemos perguntar: o que se anunciou para maio concluir-se-á em agosto?
A par disto desdobra-se o palavreado sindicalista, o qual, com direito exclusivo de expressão mediática, diz o que não é verdade, com o maior descaramento: “O Estado vai financiar mais 600 e tal turmas do privado”… E o ministério não corrige. Não diz que o serviço público de iniciativa privada – a escola com contrato de associação – perde, no novo ano, 1% do financiamento e ainda algumas turmas. Teima em não publicar os reais custos por aluno, na escola estatal. Altera o estatuto da iniciativa particular e cooperativa, deixando de a considerar, na letra, subsidiária da iniciativa estatal, mas cerceia-lhe os meios, impedindo a verdadeira escolha dos Pais, condicionando uma clara autonomia, negando o princípio de um financiamento tendencialmente igual ao da iniciativa estatal.
Há de fazer-se a história destas diatribes e mentiras, politicamente corretas, que vão hipotecando a construção de um futuro verdadeiramente democrático. É que, sem liberdade de escolha educativa, não há democracia. E as ditaduras ideológicas, que nascem e se desenvolvem no terreno da educação, são a raiz dos sistemas opressivos, que a história bem conhece. Não os queremos! Mas abrimos-lhes o caminho, com este vício da mentira e a cobardia da omissão!
Evoco palavras do Cardeal Bergoglio, numa Missa em 2012, sobre o risco do egoísmo e da indiferença, a propósito de uma tragédia ferroviária ocorrida nesse ano em Buenos Aires: “Que não nos habituemos, Pai, a que nesta cidade não se chore nada, tudo se arranje e tudo se acomode”. O vício da mentira, a cultura da indiferença, a cobardia da omissão pululam como cogumelos nesta Europa “civilizada”, com tendência para se tornarem condição normal de vida… e de educação. Cabe-nos dizer e demonstrar que a vida é diferente, que a felicidade vem por outros caminhos, que o Evangelho é uma referência radicalmente contrária!