Religiosidade alternativa, seitas, espiritualismo
Conferência Episcopal
Emilia-Romagna
Paulus
136 páginas
10 euros
A Emilia-Romagna é uma região de Itália um pouco a norte, compreendendo cidades como Bolonha, Parma, Rimini e Ravena. Os bispos desta região assumiram o compromisso de “esclarecer, particularmente o mundo católico”, dada a proliferação de “movimentos religiosos alternativos, de fenómenos, conceções, crenças e atitudes que estavam em contraste com uma correta práxis e doutrina católica”, como escreve na Introdução D. Luigi Negri, arcebispo de Ferrara-Comacchio. Diga-se de passagem que a realidade portuguesa não difere muito da italiana, se não for pela difusão de movimentos alternativos, que também os há, é pela facilidade com que os católicos convivem com crenças claramente contraditórias com a visão católica, da reencarnação aos horóscopos, da leitura de cartas ao recurso a videntes e bruxas (ou bruxos).
Este livro parte do princípio de que por detrás da difusão de qualquer destas propostas religiosas alternativas há “uma boa pergunta” e “más respostas”. A boa pergunta é a do sentido: “da vida, da fadiga quotidiana, da alegria e do sofrimento, do bem e do mal, do destino do homem, da realidade captada na sua totalidade como mistério” (…). As más respostas são as que despersonalizam, criam uma dependência psicológica (por vezes até económica), estão fundadas em visões antropológicas redutoras. Ou, se quisermos ser mais concretos, seguindo o elenco das páginas 58 e 59, são respostas que censuram leituras, manipulam factos, dão como conselho não ter filhos, difamam os que deixam o grupo, isolam os críticos, chegam a suprimir a privacidade dos membros, limitam o pensamento reflexivo, etc., etc.
Afirma-se a certa altura que “leigos oportunamente formados, seja intelectual, seja moral, seja espiritualmente, poderão ser rebentos numerosos da grande primavera cristã” de que falava João Paulo II. Pois este documento publicado em 2013 tem excelentes pistas e dados para quem quiser estar atento e saber responder às crenças velhas – são velhas, ainda que pareçam novas – da “religiosidade alternativa, mágica e supersticiosa”.