Para tentar compreender o mundo

O Islão Político. Ontem e hoje
John M. Owen
Bertrand Editora
344 páginas
18,80 euros

 

O Islão político tem sido muitas vezes comparado a movimentos ideológicos do passado, como o fascismo ou a teocracia cristã. Será que essas analogias são válidas? Como pode o mundo ocidental de hoje responder aos desafios do Islão político? Assente numa abordagem original para responder a esta questão, John Owen compara a luta entre o islamismo e o secularismo a outros choques ideológicos ocorridos na história do Ocidente. Ao examinar os últimos conflitos – como foram apoiados por redes subterrâneas, como fomentaram o radicalismo e a revolta e como desencadearam intervenções estrangeiras e conflitos internacionais – o autor apresenta-nos uma perspetiva inovadora sobre o Islão político.

Owen inclui na sua análise as origens e dinâmicas das lutas do século XX entre comunismo, fascismo e democracia liberal, sem descurar os conflitos religiosos dos séculos XVI e XVII e os antagonismos do final do século XVIII e XIX entre monarquismo e republicanismo. A síntese é um conjunto de ensinamentos que podemos extrair dos sucessos e erros destes conflitos do passado e aplicar no presente debate em torno do Médio Oriente, ajudando-nos a compreender as revoltas atuais no mundo muçulmano, de olhos postos na história da civilização ocidental e nas questões inquietantes associadas à ordenação das nossas sociedades.
John M. Owen, doutorado em Harvard (EUA), é especialista em Ciência Política e Relações Internacionais. É atualmente professor da Universidade da Virgínia e colaborador do projeto pela Liberdade Religiosa do Centro Berkley de Estudos sobre Religião, a Paz e os Assuntos Internacionais (Universidade de Georgetown).

 

Uma frase

“O islamismo é uma ideologia de algo mais do que clérigos com turbante e multidões de jovens irados que gritam. Tão-pouco é uma espécie de cola exótica que une células terroristas e redes transnacionais de jiadistas. É, de, facto, a ideologia reinante de diversos países. Arábia Saudita e Irão – rivais na chefia do movimento – são os dos mais preeminentes” (pág. 153).