Passagens

M. Oliveira de Sousa Professor

M. Oliveira de Sousa
Professor

 

Cada dia que passa é uma nova passagem vencida, uma “passagem passada”? Não faltam referências que ajudarão a explicitar a multiplicidade de situações em que é possível fazer alusão a passagem.
Há coisas que não passam, outras que custam a passar. Há ainda o que nunca deveria passar e, claro, o que não deveria existir!
Porém, nestes dias é demasiado evidente que o centro de referência é a Páscoa, o tempo propício para a memória do que se não se pode ignorar, sem saudades das cebolas do Egipto (em analogia à passagem da história da humanidade inaugurada nas fundações judaico-cristãs, que o livro dos Números refere em 11,5, porque ainda há muitas cebolas!) nem arrogância de maiorias no seio das sociedades deste tempo.
É urgente que se passe de um tempo de vulgaridade para uma atitude de compromisso desinteressado. Mas também há por aí ares de tanto compromisso cristão que não passa de oportunismo da velha cristandade.
É urgente que se passe da ignorância para a leitura atenta dos sinais dos tempos.
Porque, como nos sugere a Comissão Nacional Justiça e Paz, não podemos ignorar os nossos irmãos perseguidos e mortos que cometeram o “pecado” de se assumirem como cristãos. É que “se um membro sofre, todos sofrem com ele”.
Não podemos ignorar, também, os fiéis muçulmanos e de outras religiões que também são vítimas do extremismo fundamentalista.
Não podemos ignorar que o templo de Deus somos nós mesmos e que ao sermos violentados e perseguidos é também o Senhor que Sofre.
Não podemos ignorar o apelo do Papa Francisco para “que esta perseguição contra os cristãos, que o mundo procura esconder, acabe e haja paz”.
A Comissão Nacional de Justiça e Paz apela a todos os cristãos e pessoas de boa vontade para que acompanhem os nossos irmãos que sofrem estes horrores e perseguições e para que não os ignorem. Neste tempo de oração mais intensa em que recordamos a Paixão e Morte de Jesus Cristo, sejamos firmes na Oração, saibamos levar a Esperança a quem dela necessita e pratiquemos a nossa Caridade através do apoio a todos aqueles que, no terreno, estão junto dos violentados e perseguidos.
Que passe rápido o que deve ser passado!