Nos últimos dois anos têm surgido importantes vestígios arqueológicos na cidade de Aveiro, os quais podem datar de diferentes épocas, nomeadamente do período compreendido entre os séculos XV e XVIII, havendo, no entanto, alguns possivelmente da Idade Média ou de datas anteriores.
Dentro da área da antiga vila muralhada, em dois locais diferentes, nas escavações arqueológicas aí realizadas surgiram diversos vestígios, como fornos cerâmicos, restos de construções, cerâmica diversa, entre outros achados.
Fora da antiga vila muralhada, mas num local muito próximo desta, as escavações realizadas puseram a descoberto restos de construções dos inícios do século XVIII, bem como outras do século anterior ou mesmo mais antigas.
Já numa zona mais afastada do centro da cidade, foram encontrados vestígios que podem remontar a épocas anteriores à Idade Média.
A par desses trabalhos de prospeção arqueológica, têm aparecido eventuais vestígios das antigas muralhas de Aveiro, nomeadamente junto à Rua Homem Cristo Filho.
No entanto, e apesar de alguns desses trabalhos arqueológicos já terem sido efetuados há mais de um ano, os seus resultados ainda não foram divulgados publicamente, tal como também se desconhece o que aconteceu a esses achados, factos que têm suscitado críticas e receios junto de algumas personalidades que se têm destacado na defesa e preservação do património histórico aveirense.
Ainda que a área da antiga vila muralhada de Aveiro possa ser a mais rica em vestígios arqueológicos, outras zonas da cidade também têm grande potencial arqueológico, com são os casos da antiga Vila Nova (parte da freguesia da Vera Cruz), do antigo lugar de Sá / Nossa Senhora da Alegria, do núcleo em redor da antiga igreja do Espírito Santo (atual 5 Bicas), do Bairro do Alboi e, um pouco mais afastadas, as zonas do Crasto, da Fonte da Mina e do centro histórico de Esgueira.
A valorização do património arqueológico pode ser um fator que ajude a potenciar a candidatura de Aveiro a Capital Europeia da Cultura em 2027.
C.F.