A Robocup 2014 reúne 400 equipas em 17 categorias. A Universidade de Aveiro representa Portugal na categoria dos robôs médios.
Com Cristiano Ronaldo e outros craques, a equipa portuguesa não foi longe no Mundial do Brasil. Irá com a CAMBADA da Universidade de Aveiro (UA)?
A equipa de robôs da UA representa Portugal no Campeonato do Mundo de Futebol Robótico, que está a decorrer igualmente no Brasil, de 19 a 25 de julho. A prova reúne na cidade de João Pessoa 400 equipas de 45 países, repartidas por 17 categorias em jogo, naquela que é a grande copa dos robôs, a Robocup 2014.
Campeã do mundo em 2008, nos cinco anos seguintes a CAMBADA – de Cooperative Autonomous Mobile roBots with Advanced Distributed Architecture – alternou entre o segundo e o terceiro lugar no pódio do Campeonato do Mundo. Às prestações internacionais acrescente-se que os futebolistas da UA são hexacampeões nacionais. O historial vitorioso é, naturalmente, fruto do trabalho de investigação do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) da UA que, segundo os seus responsáveis, “está ao nível do que de melhor se faz no mundo da robótica”.
“Desde a conquista do título mundial, em 2008, a equipa continuou o seu normal e acelerado desenvolvimento pois esta é uma área onde há uma significativa evolução de ano para ano”, aponta António Neves, um dos investigadores do DETI responsáveis por uma equipa que começou em 2003 a dar os primeiros pontapés na bola.
Assim, especialmente nos últimos sete anos, foram desenvolvidas na UA novas plataformas robóticas e todas as vertentes abordadas no contexto dessa área de investigação “têm sofrido um progresso muito significativo”. Prova disso, lembra o investigador, “é a capacidade da equipa em se manter sempre, desde essa altura, entre as três melhores do mundo, com um total de prémios de competição, prémios científicos e de desafios técnicos que chega quase às duas dezenas”.
Na modalidade da CAMBADA, a dos rôbos médios, as máquinas não podem pesar mais de 40 quilos e a base não deverá ultrapassar os 40 centímetros por 80 de altura. Aqui os jogadores não possuem pernas – os que as têm disputam a categoria dos humanoides –, deslocam-se pelo campo através de pequenas rodas e rematam à baliza e fazem passes milimétricos com a ajuda de musculadas alavancas. Tal e qual os congéneres humanos, as máquinas cooperaram entre si para um objetivo comum a qualquer equipa de futebol: marcar e não sofrer golos.
À parte da luta pelo título mundial, aponta António Neves, “que tem a sua importância pela visibilidade e credibilidade que trás à equipa de investigação que o alcança, é muito importante perceber que este tipo de eventos é uma enorme montra de ciência e tecnologia”. Para além disso, o Robocup representa “o palco privilegiado para a partilha de conhecimento e a criação das sinergias necessárias para fazer avançar de forma sustentada e, muitas vezes, revolucionária esta grande área da ciência atual que é a robótica”.