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Semana Laudato si`

Breve Nota

da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana

sobre a Semana Laudato si’

 

A relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia, o convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a necessidade de debates sinceros e honestos, a grave responsabilidade da política internacional e local, a cultura do descarte e a proposta dum novo estilo de vida.

 

Papa Francisco, Laudato si’, 16

 

A Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, reunida em videoconferência na tarde do dia 14 de maio de 2020, vem recordar a Semana Laudato si’  (a decorrer entre 16 a 24 de maio) para celebrar o quinto aniversário da encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado com a casa comum, assinada em 24 de maio de 2015.

Esta encíclica é uma inspiração nos momentos de dificuldade que estamos a viver. Encoraja-nos a refletir sobre os valores que partilhamos e anima-nos a criar um futuro mais justo e sustentável.

Com o tema desta Semana – “Tudo está interligado” – sentimo-nos unidos a todos os povos do mundo, pedindo ao Senhor a luz necessária para discernir os caminhos da ecologia humana integral, na procura do bem concretamente possível. «Deus, que nos chama a uma generosa entrega e a oferecer-Lhe tudo, também nos dá as forças e a luz de que necessitamos para prosseguir. No coração deste mundo, permanece presente o Senhor da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos, porque Se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos» (LS 245).

Sugerimos a visita do sítio de internet https://laudatosiweek.org/pt/home-pt/ e a participação nas várias atividades desenvolvidas ao longo desta semana.

Nota da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana da CEP

Ao darmos início à Semana Santa, dirigimos uma palavra a todas as pessoas especialmente envolvidas na Pastoral Social.

Na circunstância em que nos encontramos, resultante da pandemia do coronavírus que provoca a doença Covid-19, as celebrações da Páscoa irão acontecer privadamente sem as assembleias de fiéis, como é habitual. Estamos certos de que ninguém ficará fora das intenções de oração que serão feitas nestes dias, como já vem acontecendo.

Queremos, agora, salientar, valorizar e agradecer o esforço demonstrado por muitas pessoas, profissionais e voluntárias nas Instituições de Solidariedade Social, nas Misericórdias, Cáritas, Vicentinos e outros grupos sócio caritativos. Sublinhamos o redobrado esforço das Instituições Sociais que, com menos colaboradores, conseguiram assegurar a distribuição de refeições ao domicílio, aos utentes que antes apoiavam em Centro de Dia.

Sublinhamos, também, o esforço das Cáritas Paroquiais, Conferências Vicentinas e outros grupos sócio caritativos das paróquias, normalmente assegurados por voluntários/as, pessoas reformadas aconselhadas, nesta altura, a resguardarem-se. Mesmo assim, estes organismos mantiveram o apoio a pessoas e famílias necessitadas, socorrendo-se da ajuda das Autarquias e de pessoas mais jovens, onde se contaram, também, escuteiros católicos.

Salientamos, com elevado apreço, o desempenho da missão assumida pelos autarcas. Muitos Presidentes de Câmaras Municipais e Presidentes de Juntas de Freguesia assumiram pessoalmente a coordenação de assistência social das suas respetivas áreas geográficas, para que nenhuma pessoa ficasse sem o apoio necessário.

Registamos, ainda, e com gratidão, o testemunho dos médicos e enfermeiros, onde também se encontram católicos, na sua entrega a cuidar da saúde das pessoas nos hospitais, noutras instâncias de saúde e nos Lares de pessoas idosas. Sabemos também que os padres Capelães dos Hospitais e Capelães dos Estabelecimentos Prisionais estão a assegurar a assistência possível de acordo com a circunstância e prudência aconselhada.

Finalmente, informamos que já começaram a aparecer nas Dioceses sinais de dificuldade económica, por parte de algumas famílias, como efeito social da Pandemia. Neste sentido, contamos com a Cáritas e outras Instituições da Igreja para uma resposta organizada ao aumento de dificuldades sociais que se adivinham.

A celebração do Tríduo Pascal é o centro anual das celebrações litúrgicas da Igreja. Mas a ação caritativa da Pastoral Social não é um apêndice, faz parte da “natureza íntima da Igreja” (Papa Bento XVI). Por isso, com os condicionalismos previstos, celebraremos a Páscoa, não esquecendo os migrantes, as pessoas com deficiência, os doentes, os pobres, as famílias enlutadas e todos os que estão envolvidos na Pastoral Social.

Deus abençoe todas as pessoas envolvidas na resposta ao efeito da Pandemia.

Santarém, 04 de abril de 2020

+ José Traquina,

presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana