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As irmãs servas de Nossa Senhora de Fátima estão em festa. Há 25 anos a Congregação chegava ao Luxemburgo. Três irmãs, duas vindas de Portugal e uma de Bruxelas, desembarcaram no Grão-Ducado, a pedido do padre Belmiro.

“O Padre Belmiro pediu ao bispo da altura, Mons. Fernand Franck, que a nossa Congregação viesse para cá trabalhar, com os imigrantes”, conta a irmã Perpétua Coelho, a superiora da comunidade no Luxemburgo. “A congregação estava na Casa de Retiros do Bom Pastor, na Buraca, nos arredores de Lisboa, e o padre Belmiro conhecia-nos porque passava lá férias. Nós já tínhamos uma comunidade em Bruxelas, junto dos imigrantes portugueses, e por isso, há 25 anos, uma irmã que estava em Bruxelas, a irmã Ilda Filipe, veio para cá, e as outras duas vieram de Portugal”, acrescenta a irmã Perpétua.

O bairro de Rollingergrund na capital foi sempre a morada da Congregação no Luxemburgo. Uma casa do número 294 da rua com o mesmo nome acolheu as três irmãs, até ao Verão de 2007. Depois mudaram de casa, mas não de bairro.

“Quando as três irmãs chegaram ao Luxemburgo, apesar da casa do número 294 já nos estar destinada, tiveram que ir viver um ano para Gasperich, enquanto a comuna fazia obras de conservação e restauro na casa. Depois, e até 2007, vivemos na mesma casa, mas a verdade é que a casa já estava muito velha e tivemos que procurar outra solução. A Congregação comprou esta casa, onde vivemos actualmente, também em Rollingergrund, mas agora na rua Montée des Tilleuls. Eu ainda vi a casa a ser demolida, em 2014. Estava muito degradada e a Comuna garantiu-nos que não havia possibilidade de fazer mais obras”, recorda a irmã Perpétua.

A comunidade das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima, foi sempre constituída por três irmãs, e a sua missão ficou bem definida logo no ano em que chegaram ao Luxemburgo: organizar a catequese dos portugueses no Grão-Ducado.

“A catequese na então Missão Católica Portuguesa do Luxemburgo Centro, só ia até ao 6° ano e era preciso estruturá-la. O padre Belmiro tinha consciência disso. Era o senhor Barbosa que organizava a catequese, mas era preciso mais, e a irmã Maria Emília, uma das primeiras a vir para cá, tinha formação nessa área. Depois da catequese começamos a formar as pessoas no sector da Liturgia, no canto, a sensibilizar as pessoas para a Liturgia e para a forma de preparar a Liturgia, de acordo com a Palavra de Deus. Cedo as irmãs começaram a preparar pequenos grupos bíblicos, grupos de liturgia, grupos de visita às famílias, festas com os pais, festas com as crianças, festas populares…tudo porque do nosso carisma faz parte a inserção no meio, temos que nos inserir no meio onde estamos. Se lermos os registos da altura vemos com as irmãs dizem que o trabalho era muito intenso”, garante a irmã Perpétua.

Desde há 25 anos que as três irmãs da Congregação trabalham com as comunidades portuguesas de Bonnevoie, Santo Afonso, Sandweiler, Steinfort, Steinsel, Grevenmacher e Remich. Onde há portugueses ai estão as Servas da Congregação.

“Há cerca de dez anos começámos a ser chamadas para trabalhar a nível diocesano, e a procurar que a comunidade portuguesa não se feche, mas que se integre. Queremos que os portugueses participem na “Octave”, no Terço…queremos criar pontes e não muros. Isto tem que ver com o aspecto sacerdotal da nossa Congregação: o sacerdote é aquele que faz a ligação entre o povo de Deus”, diz a irmã Perpétua.

No próximo fim-de-semana, as Servas de Nossa Senhora de Fátima vão celebrar as Bodas de Prata no Luxemburgo. O ponto alto é a celebração da Eucaristia presidida pelo arcebispo do Luxemburgo,na Igreja do Sacré-Coeur, no domingo, às 17 horas.

“Eu sinto que as pessoas confiam em nós, não só os portugueses, mas também a Igreja local que sempre manifestou confiança em nós. Nesta altura há duas palavras que eu quero recordar: dar e receber. Ao longo destes anos temo-nos dado às pessoas, à Igreja, mas sobretudo a Deus, através destas pessoas. Depois receber: nós recebemos muito das pessoas, a aceitação, a amizade, a partilha.Temos um sentimento de agradecimento enorme”, confessa a irmã Perpétua.

As servas de Nossa Senhora de Fátima são uma Congregação Religiosa fundada por Luiza Andaluz, em 1923, na cidade de Santarém, Portugal. Actualmente são 170 religiosas espalhadas por Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné, Bélgica e Luxemburgo.

Desde que chegaram ao Luxemburgo já por aqui passaram 17 irmãs. Aqui ficam os seus nomes:

Ilda Filipe
Maria Emília Carlos
Maria de Oliveira
Lurdes Gaspar
Maria do Carmo Alves
Suzete Ferreira
Maria Isabel Rodrigues
Isabel Duarte
Donzília Ferreira
Joaquina Ribeiro
Perpétua Coelho
Catarina Cândido
Joaquina Gonçalves
Vitoria Alves
Sandra Fernandes
Maria José Nicolau

A irmã Maria José, a irmã Vitória e a irmã Perpétua formam actualmente a Comunidade das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima, no Luxemburgo (na foto em baixo).