Nos nossos dias “ser dirigente é um posto, quando deveria ser um serviço”

Encontro com assistentes religiosos dos agrupamentos da Região de Aveiro debateu o acompanhamento pedagógico e espiritual a que são chamados a dar aos escuteiros.

 

D. António Moiteiro realçou que o valor do movimento passa muito pelos seus dirigentes

 

Reuniram no dia 30 de janeiro, na “Base Regional” dos Escuteiros de Aveiro, os assistentes de 13 dos 44 agrupamentos da região, em “Encontro Regional de Assistentes 2017” (ERA2017). O Assistente Regional, P.e Manuel Augusto Oliveira, e o Chefe Regional Adjunto, Fernando Cassola, coordenaram os trabalhos, que contaram com a presença de D. António Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro.
Os últimos quatro encontros com assistentes tinham procurado reativar e fortalecer conhecimentos acerca do “Programa Educativo do CNE” – em implementação desde 2010, assim como do “Sistema de Formação de Adultos”, em vigor desde 2014. Além disso, tiveram “em mira” também o papel, função e intervenção do assistente de agrupamento junto das diversas realidades da “escola escutista”.
Neste ERA2017 foram abordadas alguns aspetos das novas facetas do acompanhamento pedagógico e espiritual dos assistentes nos agrupamentos, nomeadamente no apoio ao desenvolvimento dos planos individuais de progresso dos escuteiros nas várias secções. Além disso, foram avaliadas e analisadas as várias experiências de preparação e realização de “vigílias” e encontros de oração de escuteiros nos agrupamentos, assim como a estrutura e preparação das cerimónias das promessas e investiduras em comunidade e outros contextos similares.
Foi referido que as “Vigílias” devem apresentar-se como o culminar de um itinerário espiritual de preparação das “Promessas”. Esta preparação deve começar meses antes – com várias ações e momentos, quer nos pequenos grupos quer nas atividades, quer comunidade, e intensificar-se nas proximidades da realização da “Vigília” e “Promessa”, inclusive com uma preparação específica e sacramental. Nesta preparação, o papel dos dirigentes é o mais determinante de todos, não só na organização da “Vigília” e da “Promessa”, mas fundamentalmente no acompanhamento dos que se preparam para esse momento.
Alguns assistentes destacaram a confiança, segurança e garantias que são dados ao serviço da assistência por dirigentes inseridos na vida paroquial, comprometidos na comunidade, envolvidos e interessados na sua formação humana e cristã, sobretudo se tivermos em conta as vicissitudes causadas pela maior dificuldade de tempo e disponibilidade dos assistentes. Existem já dirigentes do CNE com esse perfil, mas é uma realidade ainda escassa, em construção, e que requer esforços acrescidos – que conta com a colaboração, além de assistentes, dos Chefes de Agrupamento e das oportunidades de formação proporcionadas também pela Junta Regional e Aveiro.
D. António Moiteiro Ramos frisou a esse propósito que neste momento, tal com em outras realidades associativas, seja em ambiente eclesial ou não, as situações de maior dificuldade estão ligadas aos dirigentes, aos que coordenam, aos que dirigem, não havendo uma normal renovação das lideranças. Para muitos, disse o prelado aveirense, “ser dirigente é um posto, quando deveria ser um serviço».
O encontro encerrou os seus trabalhos com alguns desafios, nomeadamente na revisão de alguns aspetos da realização das vigílias e promessas.

M.A.