Bispo de Aveiro na conclusão da Visita da Imagem Peregrina: “A misericórdia é o fio condutor das aparições de Fátima”

O pavilhão desportivo das escolas da Torreira acolheu a celebração conclusiva da visita

O pavilhão desportivo das escolas da Torreira acolheu a celebração conclusiva da visita

 

D. António Moiteiro, no encerramento da visita da Imagem Peregrina, na Torreira, destacou o amor-misericórdia na Mensagem de Fátima.

 

“A misericórdia é o fio condutor das aparições do Anjo e de Nossa Senhora em Fátima. O protagonismo da misericórdia está vinculado ao Imaculado Coração nos momentos mais decisivos”, disse o Bispo de Aveiro, na Eucaristia de despedida da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, na tarde de 10 de abril, na Torreira. A Missa esteve prevista para a Praça da Varina, mas teve lugar no pavilhão das escolas, dada a instabilidade do tempo.
D. António Moiteiro explicou como os principais episódios das Aparições de Fátima falam da misericórdia, fazendo com que a visita da Imagem Peregrina à Diocese de Aveiro, para preparar o centenário das Aparições, tenha sido uma feliz coincidência com o Ano da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco para toda a Igreja.
Explicando que a capacidade de amar dos Pastorinhos foi tão grande que “chegou ao excesso de se oferecerem a Deus para vencer os horrores do mundo”, o prelado salientou que “a Mensagem de Fátima revela esta lógica do amor-misericórdia, vinculando-a ao Imaculado Coração de Maria. As palavras do Anjo e de Nossa Senhora orientam o olhar e a atenção para este Coração, porque nele se reflete, de modo singular, o Amor trinitário que se faz misericórdia”.
“O Papa Francisco, ao convocar a Igreja para a vivência do Ano da Misericórdia, está na linha dos papas mais recentes que contribuíram significativamente para a sua divulgação e aprofundamento”, disse, para a seguir apontar alguns aspetos dos acontecimentos de Fátima. “Na primeira aparição do Anjo, em 1916, foi dito aos pastorinhos que «os corações e Jesus e Maria estão atentos à voz das suas súplicas» porque, dirá na segunda aparição, «têm sobre eles desígnios de misericórdia». A missão e o testemunho dos pastorinhos encontram-se, portanto, ao serviço da misericórdia porque vivem dela. Na aparição de Nossa Senhora, em julho, e depois de mostrar o inferno e as situações infernais deste mundo, é feita uma referência ao Imaculado Coração de Maria para impedir o triunfo do mal. Sobre o pano de fundo do negativo, do perigo do Inferno, ouve-se a voz da esperança: «por fim, o meu Imaculado Coração triunfará»”, explicou D. António Moiteiro, perante um pavilhão com cerca de três mil pessoas. E adiantou: “Na última das aparições a Lúcia, em Tuy, vê-se uma cruz de luz: sob o braço direito da cruz, estava Nossa Senhora de Fátima com o seu Imaculado Coração, e sob o braço esquerdo podia ler-se Graça e Misericórdia. Esta imagem é como que a síntese da Mensagem de Nossa Senhora em Fátima: a revelação do mistério da Santíssima Trindade é o amor de Deus derramado sobre a humanidade”.
D. António Moiteiro, citando as “Memórias da Irmã Lúcia”, realçou como Jacinta sentiu como missão ser testemunha da misericórdia. Dizia Jacinta, segundo o relato que Lúcia deixou: “Se eu pudesse meter no coração de todo o mundo o fogo que tenho dentro do meu peito, queimando-me e fazendo-me amar tanto o Coração de Jesus e o Coração de Maria!”. E por isso o Bispo de Aveiro afirmou: “Peçamos a graça deste fogo que devorava o coração da Beata Jacinta; que esta força encha também o nosso coração de amor por Jesus”.
No final da homilia, o Bispo de Aveiro consagrou a Diocese a Nossa Senhora de Fátima (ver página 10).
Após, a celebração, sob centenas e centenas de lenços brancos, a Imagem partiu em direção à Diocese do Porto.