Francisco responde ao João e a mais 33 crianças

QUERIDO PAPA FRANCISCO

O papa responde a cartas escritas por crianças de todo o mundo
Papa Francisco
Paulinas
70 páginas
16,50 euros

 

 

O que sente quando olha para as crianças? Como é que Jesus caminhou sobre a água? Os nossos familiares já falecidos podem ver-nos lá do céu? O que é que Deus fazia antes de o mundo ser criado? Qual é o teu lugar preferido para rezar?
Eis algumas das perguntas que 34 crianças de 27 países colocam ao Papa Francisco. Uma delas, a primeira da série acima, é o português João. E o Papa respondeu-lhe: “Perguntaste-me o que é que sinto quando olha para as crianças. Sim, vejo tantas crianças e posso sorrir-lhes, abraçá-las e beijá-las, mesmo quando vou de automóvel, porque tenho as mãos livres: não devo ser eu a guiar, como tu desenhaste!”. E escreve mais umas linhas sobre a infância e a esperança.
A ideia da obra nasceu em maio de 2015. A Loyola Press, editora dos Jesuítas, propôs a ideia ao Papa e este logo a aceitou. Desde então foram recolhidas 259 cartas de 27 países e, uma vez selecionadas, apresentadas ao Papa, que respondeu para o gravador do padre Antonio Spadaro s.j.
Conta o jesuíta que Francisco, ao olhar para os desenhos e as perguntas, comentou: “Que difíceis estas perguntas!” E acrescenta Spadaro: “Eu tinha-as lido e também as tinha achado difíceis. As perguntas das crianças não têm filtro, não têm floreados, não há escapadela possível. São diretas, claras, bruscas, até. É impossível refugiarmo-nos à sombra de conceitos demasiado abstratos ou de raciocínios ardilosos. Além disso, estas perguntas também são muito concretas”.
“Querido Papa Francisco, a minha mamã está no Paraíso. Será que lhe vão crescer asas de anjo?”, perguntou Luca, australiano, de 7 anos. Francisco responde-lhe (e a todos nós): “Querido Luca, não, não, não! A tua mamã está no Céu muito bonita, magnífica, cheia de luz. Não lhe cresceram asas. É precisamente a mesma mãe que tu conheces, mas mais bonita que nunca. E ela olha para ti e sorri-te, a ti que és o seu filho. De cada vez que te vê, a tua mãe fica contente se tu te portas bem. Se não te portas bem, ela continua a gostar de ti, e pede a Jesus que te torne melhor. Pensa assim a tua mãe: muito bonita, sorridente e cheia de afeto por ti”, respondeu Francisco.
Logo no início do livro o Papa agradece as perguntas: “Obrigado por me enviarem as vossas cartas. Enche-me de alegria lê-las todas”. E o livro vem com um envelope já endereçado à Casa de Santa Marta, onde o Papa vive. Todas as crianças são convidadas a escrever ao Papa. Ele gosta de as receber. “A ternura faz bem”, disse Francisco quando falava a responsáveis de ordens religiosas, comentando a alegria do Papa Paulo VI por ter na sua secretária os desenhos de uma criança, aonde habitualmente só chegavam cartas a falar de problemas.
J.P.F.