Papa diz que “desinformação, calúnia e difamação” são os maiores pecados dos media

O Papa apontou três caminhos aos profissionais da comunicação social: o da verdade, o da bondade e o da beleza.

O Papa recebeu no sábado, 22, cerca de 400 membros da Associação ‘Corallo’, uma rede de comunicação na Itália, aproveitando o momento para denunciar como maiores pecados dos media a “desinformação, calúnia e difamação”.
“Os maiores pecados dos media são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação. Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro porque a calúnia é pecado mortal, mas pode-se esclarecer-se, a difamação também é um pecado mortal, mas pode-se desfazer assumindo-se que se tratou de uma injustiça, mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade”, advertiu.
Por isso, disse Francisco, “aquilo que se vê e ouve nos media não dá, por vezes, os elementos todos, o que não permite fazer um juízo perfeito sobre o assunto”. “Por isso, por favor, fujam destes três pecados! Desinformação, calúnia e difamação”, apelou.
Falando de improviso o Papa pediu aos profissionais dos media presentes nesta audiência que desenvolvam o seu trabalho tendo por base “três caminhos: o caminho da verdade, o caminho da bondade e o caminho da beleza. Mas verdades, bondades e belezas que sejam consistentes, que venham de dentro, que sejam humanas”.
Francisco lembrou de seguida a importância de “manter a unidade harmônica no trabalho” dos media, dizendo por isso que “cada um tem a sua função, sendo todos membros e também os media, quer sejam maiores ou menores, são membros, e devem harmonizar-se pela vocação do serviço na Igreja”.
O Papa voltou ainda a referir-se ao clericalismo, recordando que este “é um dos males da Igreja, mas é um mal cúmplice, porque aos sacerdotes agrada a tentação de clericalizar os leigos, dado que há tantos leigos, de joelhos, a pedir para ser clericalizados o que torna tudo mais cómodo”.
“O leigo deve ser leigo, batizado, tem a força que vem do seu Batismo. Servidor, mas com a sua vocação laical, e isto não se vende, não se negocia, não se é cúmplice com o outro”, sublinhou a delegação da Associação ‘Corallo’.