Colocação das Pirâmides merece reparo da ADERAV

Associação de defesa do património aveirense questiona localização atual e conservação das Pirâmides.

A recolocação das pirâmides originais no Canal das Pirâmides, uma de cada lado do canal, nas proximidades da ponte e das eclusas, mereceu um reparo e um alerta por parte da ADERAV (Associação de Defesa e Estudo do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro).

A ADERAV defende que “as pirâmides deveriam ter sido alvo de estabilização e restauro antes de voltarem a ser colocadas”, uma vez que “a rocha de que são feitas (calcário, possivelmente da zona de Ançã-Portunhos), pelas suas características litológicas, sofre muito mais com os agentes de meteorização do que a maioria das outras rochas; se não é possível parar esta alteração, pode prolongar-se o seu tempo de vida com menor deterioração recorrendo a técnicas hoje disponíveis”.

A par disso, a associação nota que “também parece que existiu pouco cuidado no manuseamento das várias peças que constituem as duas pirâmides, pois verificam-se várias fraturas frescas” e que “o simbolismo da colocação das pirâmides não foi minimamente respeitado”. A ADERAV questiona: “Se não é possível recolocá-las no local original, pois lá estão implantadas as eclusas, então porque se não optou por outra fronteira? Com a atual localização cabe perguntar: que leitura – histórica, paisagística… – se pretende proporcionar?”

A ADERAV realça que o Canal das Pirâmides “como hoje o conhecemos, provém de uma determinação de D. Maria I, expressa em carta dirigida ao Dr. Francisco António Gravito, superintendente das obras da barra – que permitiu dar início à construção do cais no dia 31 de agosto de 1780”. “Ao longo da sua existência, tem sido objeto de diversas intervenções, tendo a mais significativa ocorrido no séc. XIX. As pirâmides são dois obeliscos de calcário, cada um assente no respetivo pedestal, brasonados e com uma inscrição na face lateral do pedestal norte”, adianta a associação.