A mim, que sou samaritana!?

Poço de Jacob Na vida espiritual, todos podemos dizer que sabemos muito. Muitos sabem que não sabem nada. E falar de Vida Interior já passou de moda. A verdade é que, por muita teologia que exista no mundo, e muitos entendidos de Deus, no fundo, nada sabemos dele. Sabemos melhor quem Ele não é do que quem Ele é. Há quem o defina: O TOTALMENTE OUTRO.

São Tomás de Aquino, depois de ter escrito a Suma Teológica, foi agraciado com uma profunda experiência de Deus e pediu que queimassem esta obra-prima da humanidade sobre Deus, porque, diante da realidade, tudo aquilo era palha. Por isso, muita gente sabe que a melhor maneira de descobrir Deus é experimentá-lo na vida e que a verdadeira teologia se estuda de joelhos. Que a teologia é boa e necessária, mas a sabedoria de Deus se aprende na vida, na oração e na cruz.

Mas muitos pensam que Deus é grande demais para se importar connosco e com nossas mesquinhices, que ser entendido de Deus é para os que se consideram grandes, doutores, e se dizem mestres. Esquecem que Maria cantou que Deus exalta os humildes. Que, pelo facto de eu existir, Deus colocou em mim todo o seu amor de Pai, e que eu sou seu filho/filha. Que não sou um estranho, por não ter estudos, ou tendo, ter uma história de pecado e traumas e fracassos ou infidelidades. Ele sabia bem quem era a Samaritana: “Tivestes cinco maridos e o que tens agora não é teu”.

Se Ele se mostra assim com a Samaritana, ou com a adúltera, que queriam apedrejar, ou com Zaqueu, ladrão, e a eles pede água enquanto amor, a ti, por muito pecador que sejas, pensa que Ele não deixará de aproveitar em ti o mais pequeno gesto de boa vontade, para te mostrar o quanto és importante para Ele. Se alguma vez te sentires perdido nas redes confusas da vida, não te interrogues se Ele pode olhar para ti, sendo tu, como a samaritana. Pensa só que por tua causa voltaria a morrer outra vez. E a tua própria confusão é o teu “Poço de Jacob”, onde ele te espera para te dar ÁGUA VIVA.

P.e Victor Espadilha