Quando Águeda tinha um convento

Apresentado livro de Deniz Ramos Foi apresentado, no dia 16 de Abril, o livro “o Convento de Santo António de Serém – Subsídio para a sua história (1634-1834)”, do autor estudioso das coisas de Águeda Deniz Ramos.

Perante mais de uma centena de pessoas – entre as quais a presidente da Câmara Municipal de Águeda e o presidente da Junta de Freguesia de Macinhata do Vouga –, Monsenhor João Gaspar, que teve por missão apresentar a obra, sugeriu que “talvez aqui se pudesse organizar um núcleo museológico, condizente com a sua tradição. Se não se sonha, nada se faz”.

O Convento de Santo António de Serém, “a única instituição claustral no concelho de Águeda”, “não possui pergaminhos de tradição especial” – afirma o Vigário Geral da Diocese de Aveiro e historiador – mas nele se encontram “valiosas referências aos senhores das Terras de Serém, Préstimo, Casaínho e Macieira de Alcoba”, pelo que o livro de Deniz Ramos “é necessário e imprescindível para conhecermos um importante capítulo da história” destas terras.

Do convento original dos franciscanos capuchos, de 1643, “restam apenas, além da cerca, parte da antiga casa da hospedaria e a modesta capela de Santo António, despida, embora, de muito do seu original recheio de imagens santas, pratas e paramentos valiosos. (…) Apesar de tudo, a memória do convento e dos seus frades permanece no imaginário local, quase sempre embebida na lenda e alimentada de geração em geração”, escreve Deniz Ramos na obra ora apresentada. A presença dos franciscanos em Serém terminou em 1834, com a expulsão das ordens religiosas por Joaquim António Aguiar (o “mata-frades”). Os bens foram incorporados na fazenda nacional, distribuídos por igrejas das região (alfaias litúrgicas, principalmente) ou mesmo usurpado pela “cupidez dos homens”, na expressão do autor. Posteriormente, a Quinta de Santo António de Serém regressou à posse de particulares.

Nos anos de 1936 a 1943, os Missionários do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) ainda ocuparam as instalações, mas por pouco tempo. “Depois – diz Mons. João Gaspar –, voltou tudo ao estado anterior, embora na igreja se conserve o culto católico.

A obra tem edição da ANATA – Associação dos Naturais e Amigos de Águeda.