Ria quem te viu e quem te vê!

Do meu ecrã No fim de semana tive de ir, gostosamente, até São Jacinto. Em tempo e hora de canícula soube bem a brisa de uma ria, os ventos lubrificantes de um mar! Como é belo um passeio pelos canais de uma planície aquática, de quando em vez a erguerem-se montinhos de água doce e meia salgada! Foi bela a travessia. A Ria está bela, salpicada de um mar de barcos que já não sabem por onde passar a toda a velocidade, mas andar, calmamente, em lanchas, são outras vidas, outros mares!…

Mas por conhecer bem a Ria de há anos, é que fiquei surpreendido com o belo a contrastar com o horrível.“Olhe para isso, para esses muros de salinas, tudo está destruído! Não se olha para este paraíso!”— dizia-nos um dos nossos cicerones, atento a estas mudanças. Não olham para esta pérola, mas estão a olhar para outras pérolas que serão mais valiosas, darão mais euros… E eu fui vendo e reflectindo do que conhecia a Ria de há 30,20,15,10 anos. O que tu eras e como estás abandonada! Outros mares, outras rias, outros interesses estarão em jogo e os euros não se poderão dividir!…

Aqui fica o meu alerta. A Ria não é património só de uma região, é de um País que se chama Portugal!

D.R.