Teatro Aveirense reabriu ao público

Após as obras de remodelação O Teatro Aveirense reabriu ao público, na noite de 23 de Outubro, com um concerto pela Orquestra Filarmonia das Beiras e pelo pianista Pedro Burmester. Entre os cerca de setecentos convidados, marcou presença o ministro da cultura, Pedro Roseta.

O governante teve a oportunidade de visitar as principais zonas públicas do interior do renovado teatro, numa visita “guiada” pelo presidente da câmara municipal de Aveiro, Alberto Souto, e pelo administrador do teatro, Jaime Borges.

Para o ministro, a reabertura do Teatro Aveirense, e com a qualidade que agora apresenta, vem contribuir para contrariar a centralização cultural que ainda se verifica nas cidades de Lisboa e do Porto. Um dos objectivos actuais do Ministério da Cultura tem a ver com a criação de pólos culturais em diferentes zonas do País, e aproveitar os agentes culturais para ajudarem a projectar Portugal no estrangeiro.

“Um município rico, que não tem um teatro, é uma polis pobre”, e “não há nenhum estádio que supere a dimensão deste teatro”, foram duas frases de Alberto Souto que marcaram a reabertura da mais antiga e emblemática casa de espectáculos de Aveiro. Casa que, apesar das profundas obras de remodelação, nomeadamente no seu interior, conseguiu preservar praticamente as fachadas e algumas das partes mais significativas do interior, facto que levou o autarca a afirmar que “a memória ficou nas paredes”.

Evolução arquitectónica em exposição

No salão nobre está patente ao público, até ao final de Dezembro, a exposição “Memórias do Teatro Aveirense – Marcos históricos da evolução arquitectónica”, trabalho de investigação histórica e museológica realizado por Cláudia Pinho e Melo, Maria da Luz Nolasco e Isabel Sousa Pereira, do Museu de Aveiro.

A mostra pretende dar a conhecer alguns dos momentos mais significativos da história arquitectónica do edifício, desde meados do século XIX (1857) até à actualidade.

Para tal, são exibidos desenhos, plantas, fotografias, documentos escritos e ainda diversos elementos cenográficos.

Programação variada e internacional

Amanhã, o cinema regressa ao Teatro Aveirense numa sessão especial, que concilia cinema e música, com a projecção do filme mudo “Maria do Mar”, realizado por Leitão de Barros, no ano de 1930. A originalidade desta sessão reside no facto da projecção do filme ser acompanhada por uma composição musical expressamente criada para o efeito por Bernardo Sassetti, e executada pela Orquestra Filarmonia das Beiras, sob a direcção do maestro Vasco Pearce de Azevedo, e também pelo próprio compositor, que fará o acompanhamento ao piano.

O primeiro espectáculo na renovada sala de espectáculos ocorrerá no dia 1 de Novembro, com a peça “Alma grande”, escrita por Miguel Torga e interpretada pela companhia “O Bando”.

No dia 7 de Novembro, haverá um novo concerto musical, desta vez com a participação da Orquestra Gulbenkian, sob a direcção do maestro Daniel Moles, acompanhada por Daniel Rowland, Varoujan Bartikian e Elizabeth Allen, respectivamente, ao violino, violoncelo e piano. No dia seguinte, terá lugar o primeiro espectáculo de dança, pela Companhia Paulo Ribeiro, enquanto que no sábado seguinte haverá o primeiro concerto de jazz, com a actuação da orquestra Gianluigi Trovesi Big Band.

“Sons em trânsito – II Festival de Música do Mundo” irá decorrer entre os dias 18 e 30 de Novembro, com a participação de “At-Tambur” e “Cantautores”, ambos de Portugal, Cibelle (Brasil), “Ojos de Brujo” (Catalunha / Espanha), Manecas Costa (Guiné Bissau), Kimmo Pohjonen (Finlândia), Susheela Raman (Índia), “The Klezmatics” (Estados Unidos da América) e Mari Boine (Noruega).