Na tarde de Amor, falando sem parábola
Jesus dizia: “Se alguém quiser amar-Me
Por toda a sua vida, guarde a minha Palavra
O meu Pai e Eu viremos visitá-lo.
E, do seu coração fazendo a nossa morada
Unido a ele, amá-lo-emos sempre!…
Cheio de paz, queremos que ele permaneça
“No nosso Amor!…”
Viver de Amor, é guardar-Te a Ti mesmo
Verbo incriado, Palavra do meu Deus,
Ah! Tu sabe-l’O, Divino Jesus, eu amo-Te.
O Espírito de Amor abrasa-me com o seu fogo.
Amando-Te eu atraio o Pai
O meu pobre coração guarda-O para sempre.
Ó Trindade! Vós sois Prisioneira
Do meu Amor!…
Viver de Amor, é dar sem medida
Sem reclamar salário aqui na terra.
Ah! sem contar eu dou-me bem segura
De que, quando se ama, não se conta!…
Ao Coração Divino, transbordante de ternura,
Dei tudo… ligeiramente eu corro:
Nada tenho senão a minha única riqueza
Viver de Amor.
“Viver de Amor, que estranha loucura!”
Diz-me o mundo, “Ah! cessa de cantar,
Não percas os teus perfumes, a tua vida;
Aprende a empregá-la utilmente!…”
Amar-Te, Jesus, que perda fecunda!…
Todos os meus perfumes são teus para sempre,
Quero cantar ao sair deste mundo:
“Morro de Amor!”
Teresa de Lisieux
Teresa de Lisieux (ou Santa Teresa do Menino Jesus ou ainda Santa Teresinha), nasceu no dia 2 de Janeiro de 1873, em Alençon, França. Aos 15, com a autorização do Papa Leão XIII, visto ser muito nova, entra na Ordem das Carmelitas Descalças. Morreu no dia 30 de Setembro de 1897, com apenas 24 anos. Foi canonizada em 1925, por Pio XI, e, em 1927, proclamada padroeira das missões, com S. Francisco Xavier. João Paulo II, em 1997, proclamou-a Doutora da Igreja e Co-padroeira da Europa.
Texto: estrofes retiradas da poesia “Viver de Amor”, escrita por Sta Teresa em 26 de Fevereiro de 1895.